Qual a relação entre alimentação e mal de Alzheimer?

O mal de Alzheimer (hoje chamado de doença de Alzheimer) é uma das doenças neurodegenerativas mais prevalentes do mundo e representa um grande desafio para a saúde pública.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas convivem com algum tipo de demência, e o Alzheimer é responsável por aproximadamente 60% a 70% desses casos. No Brasil, a estimativa é de 1,2 milhão de pacientes, número que tende a crescer com o envelhecimento da população.
Além de comprometer a memória e a cognição, a doença impacta a autonomia, a qualidade de vida e a rotina das famílias. Por isso, a busca por formas de prevenção e manejo tem sido cada vez mais intensa e a alimentação equilibrada é um dos fatores que despertam maior interesse.
Se você deseja entender melhor como a nutrição e o mal de Alzheimer estão interligados, este conteúdo é para você. A seguir, exploramos as causas, sintomas, tratamentos e como a alimentação pode fazer diferença. Boa leitura!
O que é a doença de Alzheimer?
Antes de qualquer coisa, é importante que você entenda o que é a doença de Alzheimer, antes conhecida como mal de Alzheimer.
Ela é uma doença neurodegenerativa progressiva que provoca a morte gradual de células cerebrais, resultando em perda de memória, dificuldade de raciocínio e alterações de comportamento.
Ainda não há cura, mas existem tratamentos que ajudam a retardar sua evolução e a aliviar sintomas.
Causas e fatores de risco
As causas exatas não são totalmente conhecidas, mas alguns fatores contribuem para o desenvolvimento da doença:
- genética: histórico familiar aumenta o risco;
- idade avançada: a maioria dos casos ocorre após os 65 anos;
- inflamação e estresse oxidativo: processos que danificam neurônios ao longo do tempo;
- estilo de vida: sedentarismo, tabagismo e má alimentação estão entre os fatores agravantes.
Principais sintomas
Os primeiros sinais incluem perda de memória recente, dificuldade para encontrar palavras, desorientação temporal e espacial, além de mudanças de humor e comportamento. Com a progressão, surgem problemas de comunicação, alterações motoras e maior dependência de cuidados.
Tipos de tratamento
Os tratamentos disponíveis envolvem medicamentos que regulam neurotransmissores, terapias cognitivas e de reabilitação, além de mudanças no estilo de vida, incluindo a alimentação, que pode desempenhar papel preventivo e terapêutico.
A abordagem é sempre multidisciplinar, reunindo médicos, nutricionistas, psicólogos e cuidadores.
Qual é a importância da nutrição no Alzheimer?
A relação entre nutrição e doença de Alzheimer tem sido objeto de diversos estudos científicos. A alimentação equilibrada não apenas favorece o bom funcionamento cerebral, mas também ajuda a prevenir fatores de risco como diabetes, hipertensão e dislipidemia, que podem acelerar o declínio cognitivo.
Alimentos que protegem o cérebro
O primeiro grupo de alimentos vantajosos para a saúde cerebral são as frutas e os vegetais ricos em antioxidantes (como frutas vermelhas, brócolis e espinafre) combatem o estresse oxidativo, um dos mecanismos envolvidos na degeneração neuronal.
Além deles, os peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, contribuem para a formação das membranas dos neurônios e reduzem a inflamação.
E, por fim, os grãos integrais e legumes, ricos em fibras, ajudam a controlar o açúcar no sangue, evitando picos de glicemia que podem prejudicar o cérebro.
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O que evitar
Alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras trans, açúcares e sódio, aumentam a inflamação e o risco de doenças cardiovasculares, que, por sua vez, comprometem a saúde cerebral.


Como a alimentação ajuda na prevenção e no manejo da doença?
A nutrição adequada atua em duas frentes: prevenção e controle da progressão da doença de Alzheimer. Saiba mais a seguir!
Prevenção
Uma dieta rica em vegetais, frutas, fibras e gorduras boas contribui para a saúde vascular e para a manutenção de um peso adequado, reduzindo o risco de doenças que afetam a cognição.
Controle da progressão
Em pessoas diagnosticadas, a alimentação equilibrada ajuda a manter a energia, reduzir inflamações e garantir o aporte de vitaminas e minerais essenciais, como as do complexo B, que participam da formação de neurotransmissores.
Essa abordagem faz parte de um campo mais amplo que vê a alimentação como estratégia terapêutica.
Qual é o papel do nutricionista no cuidado com o Alzheimer?
O nutricionista é peça-chave para elaborar planos alimentares individualizados, considerando a fase da doença, preferências e possíveis dificuldades de mastigação ou deglutição.
Para quem deseja seguir carreira nessa área, é interessante conhecer as diferentes áreas de atuação do nutricionista e como a nutrição vai muito além da dieta tradicional.
Além disso, profissionais de saúde podem se beneficiar de uma formação sólida para compreender os mecanismos biológicos que ligam alimentação e saúde cerebral, ampliando a capacidade de intervenção e prevenção.
Quais são os hábitos de vida aliados do cérebro?
Além da nutrição, outros hábitos potencializam a prevenção do Alzheimer:
- atividade física regular, que melhora a circulação sanguínea e estimula a neuroplasticidade;
- sono de qualidade, essencial para a consolidação da memória;
- estímulos cognitivos, como leitura, aprendizado de novas habilidades e atividades que desafiem o raciocínio;
- controle do estresse, como práticas de relaxamento, que ajudam a reduzir a inflamação e proteger o cérebro.
A combinação desses fatores com uma dieta balanceada pode atrasar ou até evitar o surgimento da doença, reforçando a importância de uma abordagem multidisciplinar.
A doença de Alzheimer é uma condição complexa, que exige cuidados amplos e contínuos. A ciência mostra que a alimentação equilibrada é uma das ferramentas mais eficazes para proteger o cérebro, atuando na prevenção e no manejo da doença.
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