Entenda as mudanças de diretrizes para a especialidade de Cardiologia
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As mudanças de diretrizes na Cardiologia redefiniram a forma como a hipertensão e o colesterol alto são avaliados e tratados. Elas incluem alterações na definição de hipertensão arterial, mudanças no controle do colesterol e muito mais.
As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de mortalidade global. No Brasil, essa realidade não muda, sendo a hipertensão arterial e a dislipidemia (colesterol alto) fatores de risco primários, muitas vezes silenciosos, que exigem manejo clínico preciso.
Nos últimos anos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou importantes atualizações em suas diretrizes, alinhando-se a consensos internacionais e adotando uma postura ainda mais preventiva e individualizada.
Para o médico, estar a par dessas mudanças é um imperativo ético e de excelência profissional. As novas recomendações impactam: a definição de hipertensão, a classificação de risco cardiovascular e as metas terapêuticas para o colesterol.
Nos próximos minutos, você terá um resumo essencial das novas diretrizes da Cardiologia, focando nas alterações que redefinem o diagnóstico e o tratamento. Continue a leitura para se manter atualizado sobre o assunto.
O que é a hipertensão arterial e quais eram os critérios anteriores?
Antes de qualquer coisa é importante entendermos o que é, afinal de contas, a hipertensão arterial. Popularmente conhecida como “pressão alta”, ela ocorre quando a força exercida pelo sangue nas paredes das artérias é constantemente elevada.
Até recentemente, a classificação da pressão arterial seguia valores de referência considerados “seguros”, em que:
- pressão normal: até 120/80 mmHg;
- pré-hipertensão: entre 121/81 e 139/89 mmHg;
- hipertensão estágio 1: de 140/90 a 159/99 mmHg;
- hipertensão estágio 2: acima de 160/100 mmHg.
Esses números serviam como base para definir o início do tratamento, seja com mudanças no estilo de vida ou uso de medicamentos.
No entanto, percebeu-se que até mesmo valores limítrofes (ou seja, aqueles que estão no limite) podem causar danos a longo prazo, como rigidez das artérias, aumento do risco de infarto e AVC.
Como a hipertensão afeta o coração e o sistema circulatório?
O coração é o centro de todo o sistema cardiovascular. Ele bombeia o sangue através de artérias e veias, levando oxigênio e nutrientes para todo o corpo.
Quando a pressão arterial aumenta de forma crônica, o coração precisa trabalhar mais para cumprir essa função, o que pode causar espessamento do músculo cardíaco e desgaste ao longo do tempo.
Além disso, o aumento da pressão arterial acelera o acúmulo de placas de gordura nas paredes dos vasos, favorecendo o desenvolvimento da aterosclerose, uma das principais causas de infarto e AVC. Ou seja: é uma reação em cadeia.
Qual é o papel do colesterol na saúde cardiovascular?
Agora, que tal aproveitarmos para falar um pouco disso? O colesterol é uma substância gordurosa produzida pelo fígado e também obtida por meio da alimentação. Ele é essencial para a formação de hormônios, vitamina D e membranas celulares.
Existem dois tipos principais:
- LDL (colesterol “ruim”) que, em excesso, se acumula nas artérias, formando placas que dificultam o fluxo sanguíneo;
- HDL (colesterol “bom”) que ajuda a remover o excesso de colesterol das artérias, protegendo o coração.
O equilíbrio entre eles é mais do que importante, já que ambos têm sua importância. E, quando há colesterol alto, o risco cardiovascular aumenta, especialmente quando combinado à hipertensão.


Quais são as mudanças de diretrizes na Cardiologia?
As novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), publicadas recentemente, alinham-se às recomendações internacionais e reforçam a importância do diagnóstico precoce e da prevenção.
Entre as principais mudanças de diretrizes na Cardiologia, destacam-se as que você verá a seguir. Confira!
Nova classificação da pressão arterial
Agora, a faixa considerada normal é de até 120/80 mmHg, e valores entre 121/80 e 129/84 mmHg já são classificados como pressão elevada.
A antiga “pré-hipertensão” foi substituída por essa nova categoria, com o objetivo de alertar pacientes que, embora ainda não hipertensos, já apresentam risco aumentado.
As novas faixas ficaram assim:
- pressão normal: até 120/80 mmHg;
- pressão elevada: entre 121/80 e 129/84 mmHg;
- hipertensão estágio 1: de 130/85 a 139/89 mmHg;
- hipertensão estágio 2: de 140/90 a 159/99 mmHg;
- hipertensão estágio 3: acima de 160/100 mmHg.
Essa mudança antecipa o acompanhamento médico e incentiva intervenções precoces, como ajustes na dieta, redução de sal, prática de exercícios e controle do peso. Ou seja: a ideia é começar a prestar atenção no problema antes dele se tornar um problema.
Maior foco no risco global do paciente
A nova diretriz não analisa apenas os números da pressão ou colesterol isoladamente, mas o risco cardiovascular global do indivíduo. Fatores como idade, histórico familiar, tabagismo, diabetes e obesidade agora são considerados na decisão sobre iniciar ou intensificar o tratamento.
Essa abordagem mais completa busca personalizar o cuidado, priorizando a prevenção e evitando tanto diagnósticos tardios quanto uso desnecessário de medicamentos.
Atualização sobre o controle do colesterol
A SBC também atualizou as metas de controle do colesterol LDL. Pacientes com alto risco cardiovascular devem manter os níveis abaixo de 55 mg/dL, enquanto aqueles de risco intermediário devem ficar abaixo de 70 mg/dL.
A introdução de novos medicamentos, como os inibidores de PCSK9, também foi incorporada às recomendações, ampliando as opções terapêuticas para quem não consegue atingir as metas apenas com estatinas e mudanças de estilo de vida.
Qual é o impacto das novas diretrizes para pacientes e profissionais?
As novas diretrizes representam um avanço na prevenção de doenças cardiovasculares. Ao identificar precocemente pessoas com pressão elevada ou colesterol alto, os médicos podem intervir antes que complicações graves ocorram.
Além disso, o foco no risco global e na individualização do tratamento promove uma prática médica mais precisa e centrada no paciente que passa pela Cardiologia. E essa é uma tendência em todas as áreas da Medicina, que agora tenta ver o paciente como um todo, e não apenas como um sintoma. Afinal, todos os sistemas estão interligados.
FAQ – Perguntas frequentes sobre mudanças de diretrizes na Cardiologia
1. Por que as diretrizes da Cardiologia foram atualizadas?
A atualização foi realizada com o objetivo de incorporar novas evidências científicas e tornar o diagnóstico mais precoce e o tratamento mais individualizado.
2. O que mudou na classificação da hipertensão?
Valores antes considerados “pré-hipertensão” agora são classificados como “pressão elevada”, exigindo acompanhamento médico.
3. O colesterol alto ainda é o principal fator de risco cardiovascular?
Sim, especialmente quando combinado com hipertensão, diabetes e tabagismo.
4. As metas de colesterol LDL ficaram mais rigorosas?
Sim. Pacientes de alto risco devem manter níveis abaixo de 55 mg/dL. Cada paciente deve ser avaliado individualmente, daí a importância de sempre realizar uma avaliação médica individual.
5. Como posso prevenir a hipertensão e o colesterol alto?
Adotando hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, prática de exercícios e controle do estresse.
As mudanças de diretrizes na Cardiologia representam um passo importante para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares. Com novas classificações para hipertensão e metas mais rigorosas para o colesterol, o foco agora está na detecção precoce e no cuidado personalizado.
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