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Quais são os riscos da prescrição errada de um antibiótico?

Descubra os riscos do uso incorreto de antibióticos e como evitar resistência bacteriana e complicações na saúde.

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12/11/2025

Quais são os riscos da prescrição errada de um antibiótico?

A descoberta dos antibióticos transformou a história da Medicina e salvou milhões de vidas ao longo do último século.

E não é para menos, já que, antes deles, infecções simples eram potencialmente fatais. No entanto, o uso inadequado ou a prescrição errada de um antibiótico pode trazer sérias consequências, tanto para o paciente quanto para a saúde pública.

Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura! Vamos explorar a história dos antibióticos, como funcionam, os principais riscos associados ao seu uso e o impacto das prescrições incorretas.

Qual é a história dos antibióticos?

O marco inicial no uso de antibióticos ocorreu em 1928, com a descoberta da penicilina por Alexander Fleming. Esse avanço revolucionou o tratamento de infecções bacterianas, abrindo caminho para o desenvolvimento de uma série de outras substâncias eficazes contra diferentes microrganismos.

Desde então, os antibióticos se tornaram uma das classes de medicamentos mais prescritas no mundo, desempenhando papel crucial na Medicina moderna, principalmente em cirurgias, tratamentos oncológicos e infecções graves.

Como os antibióticos funcionam?

Os antibióticos atuam de diferentes formas: alguns destroem diretamente as bactérias (bactericidas), enquanto outros inibem sua reprodução (bacteriostáticos). Eles são direcionados apenas contra bactérias, não tendo eficácia contra vírus, como os da gripe ou do resfriado comum.

A escolha do antibiótico depende de fatores como o tipo de infecção, a bactéria envolvida, a idade do paciente e seu histórico clínico. É por isso que a prescrição correta é tão importante: o medicamento precisa ser adequado para o microrganismo causador da doença.

Quais são os tipos de antibióticos mais utilizados?

Os antibióticos são medicamentos fundamentais no combate a infecções causadas por bactérias. Para facilitar a compreensão, eles costumam ser divididos em classes, cada uma com características próprias, formas de atuação e indicações específicas.

Penicilinas

As penicilinas estão entre os antibióticos mais antigos e conhecidos. São bastante eficazes contra infecções comuns, especialmente as do trato respiratório, como amigdalites e pneumonias, além de infecções de pele. Por serem bastante seguras e de amplo uso, costumam estar entre as primeiras opções de tratamento em muitos casos.

Macrolídeos

Os macrolídeos são indicados quando o paciente não pode usar penicilinas, seja por alergia ou resistência bacteriana. Eles são úteis no tratamento de infecções respiratórias, como bronquite e sinusite, e também no manejo de algumas doenças sexualmente transmissíveis, como a clamídia.

Cefalosporinas

Essa classe é bastante versátil e pode ser utilizada tanto em infecções respiratórias quanto urinárias. As cefalosporinas são divididas em gerações, cada uma com um espectro de ação diferente, o que significa que algumas atuam melhor contra certos tipos de bactérias do que outras.

Aminoglicosídeos

Os aminoglicosídeos são antibióticos potentes, geralmente reservados para casos mais graves. Costumam ser usados em infecções hospitalares, especialmente quando há risco de bactérias resistentes. Por serem fortes, exigem monitoramento cuidadoso, já que podem causar efeitos colaterais sérios, como alterações na função renal e auditiva.

Quinolonas

As quinolonas também são bastante conhecidas e eficazes no tratamento de infecções urinárias, gastrointestinais e, em alguns casos, respiratórias. Apesar da eficácia, seu uso vem sendo cada vez mais controlado, já que o uso indiscriminado favorece a resistência bacteriana.

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Quais são os riscos dos antibióticos em geral?

O uso de antibióticos, mesmo quando corretamente indicado, pode causar efeitos adversos, como:

  • reações alérgicas (de leves a graves);
  • náuseas, diarreia e desconforto abdominal;
  • alterações na microbiota intestinal, predispondo a infecções oportunistas;
  • interações medicamentosas indesejadas.

Esses efeitos, no entanto, são amplificados quando há erros de prescrição ou uso indiscriminado.

Como é o problema da resistência bacteriana?

Um dos maiores riscos do uso incorreto de antibióticos é o desenvolvimento da resistência bacteriana. Isso ocorre quando bactérias evoluem mecanismos de defesa contra os medicamentos, tornando-se mais difíceis de tratar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a resistência bacteriana uma das maiores ameaças à saúde pública global. Estima-se que, até 2050, milhões de mortes poderão ocorrer anualmente devido a infecções causadas por bactérias resistentes. Para os profissionais de saúde, esse é o cenário de um filme de terror.

O motivo? As superbactérias.

O uso incorreto dos antibióticos está diretamente ligado ao surgimento das chamadas superbactérias, microrganismos resistentes a múltiplos tipos de antibióticos. Essas bactérias representam um risco real em ambientes hospitalares e podem levar a infecções graves sem opções terapêuticas eficazes.

Quais os riscos da prescrição errada de um antibiótico?

O uso inadequado de antibióticos não é apenas um erro de tratamento individual, mas também um problema que afeta a saúde coletiva. Quando a prescrição é feita de forma incorreta, seja pela escolha da medicação, pela dose inadequada ou pela duração errada, uma série de consequências pode surgir.

Falha terapêutica

O primeiro risco é a ineficácia do tratamento. Quando o antibiótico não age contra a bactéria que está causando a infecção, o quadro clínico não melhora. Pelo contrário: a doença pode se agravar e gerar complicações graves, exigindo internação ou terapias mais intensivas.

Resistência bacteriana

Um dos maiores problemas de saúde pública atualmente é a resistência bacteriana. Isso acontece quando as bactérias se adaptam e passam a não responder mais ao efeito de determinados antibióticos. A prescrição incorreta contribui para esse processo, criando um ambiente em que os micro-organismos resistentes têm vantagem para se multiplicar.

Efeitos colaterais desnecessários

Tomar um antibiótico errado também significa expor o paciente a riscos sem benefícios. Esses medicamentos podem causar náuseas, diarreia, alergias e até problemas mais sérios, como lesões renais ou hepáticas. Se o remédio não combate a infecção, o paciente acaba sofrendo apenas com os efeitos adversos.

Risco de recorrência

Outro ponto importante é a possibilidade da infecção voltar. Se o tratamento não elimina totalmente a bactéria, a doença pode retornar de forma mais agressiva. Nesses casos, muitas vezes são necessários medicamentos mais fortes e tratamentos mais longos, o que aumenta o desgaste físico e emocional do paciente.

Impacto coletivo

Por fim, não se trata apenas de um problema individual. Cada prescrição errada contribui para um quadro global de resistência antimicrobiana. Isso significa que, com o tempo, antibióticos que antes eram eficazes podem deixar de funcionar, dificultando o tratamento de infecções simples em toda a população.

Como evitar esses riscos?

A melhor forma de evitar complicações é adotar práticas de uso racional de antibióticos:

  • prescrição baseada em diagnóstico correto e, sempre que possível, em exames laboratoriais;
  • respeito às doses e ao tempo de tratamento;
  • educação dos pacientes para não interromperem o uso antes da hora;
  • evitar a automedicação;
  • monitoramento de políticas públicas que restrinjam a venda indiscriminada desses medicamentos.

Os antibióticos foram um dos maiores avanços da Medicina, mas seu uso inadequado pode transformar esse benefício em ameaça. A prescrição errada de um antibiótico representa riscos individuais e coletivos, incluindo falhas terapêuticas, efeitos colaterais e o avanço da resistência bacteriana.

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