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O que são as Femtechs e qual seu papel na Saúde da Mulher?

As Femtechs surgiram num Brasil onde, hoje, encontram-se mais mulheres do que homens. Saiba tudo sobre esta tendência!

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minutos de leitura

25/1/2024

Há mais mulheres no Brasil do que homens, de acordo com o último senso realizado em 2022. Elas representam 51,7% da população – cerca de seis milhões de pessoas a mais. Junto a esse perceptível crescimento, também aumentou o número de políticas e protocolos focados na saúde feminina.  

A campanha Outubro Rosa – pela prevenção e combate ao câncer de mama –, por exemplo, foi criada somente na década de 1990. Desde a virada do século, os investimentos privados também se tornaram cada vez mais significativos.

Há pesquisadores atrás de melhores tratamentos para a endometriose e para os desafios do aleitamento materno, por exemplo. Embora tais questões não sejam exclusivas às mulheres cisgênero, elas são a maioria que enfrentam essas adversidades no dia a dia.  

É nesse contexto de alta demanda por melhorias que surgiram as Femtechs. Nunca ouviu falar? Vem com a gente entender tudo sobre este assunto que é tendência na Medicina!

O que é uma Femtech?

Este é o nome dado às empresas de tecnologia que direcionam seus serviços e produtos especificamente para as mulheres. Um estudo publicado antes da pandemia pela consultoria americana Frost & Sullivan estimou que as Femtechs vão movimentar cerca de 50 bilhões de dólares em 2025.

Muitas delas exploram o mercado da saúde por meio de aplicativos e plataformas que tornam o autocuidado mais acessível. Tais ferramentas são programadas para funcionar com inteligência artificial, machine learning ou big data, entre outros recursos.  

Algumas das soluções já encontradas para o público majoritariamente feminino foram: suporte para ciclo menstrual, fertilidade e saúde mental. As possibilidades a serem trabalhadas, porém, são infinitas e cada vez mais personalizadas, principalmente, com o uso dos wearables – que são os dispositivos tecnológicos vestíveis.  

Também entram nessa categoria os e-commerces com produtos destinados ao bem-estar feminino e os sites que oferecem indicações de profissionais. Isso pode acontecer tanto por especialidade quanto pela proximidade geográfica do médico com a pessoa.  

Os benefícios das Femtechs são vários e para a população como um todo. Afinal, a partir do uso dessas tecnologias é possível coletar dados – que são o principal ativo para a pesquisa em qualquer campo. Existe a oportunidade, por exemplo, desses dados servirem para o diagnóstico precoce de doenças em mulheres cis e trans.

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Para além da saúde reprodutiva

Este sempre é o principal tópico abordado quando o assunto é Saúde da Mulher, o que é muito importante, pois permite que elas conheçam melhor os seus corpos e desejos. Terapias hormonais personalizadas, que reduzem efeitos colaterais, são soluções já pensadas por algumas Femtechs.

Mas há muito mais para ser falado. Outra área, por exemplo, é a cirúrgica, com procedimentos minimamente invasivos. Isso é possível graças à laparoscopia robótica, que reduz o tempo de recuperação e o desconforto pós-operatório.  

Em áreas remotas, a telemedicina para consultas ginecológicas é a solução para a escassez de profissionais capacitados para atender pacientes em necessidade. Contudo, as limitações da tecnologia para o exame físico ainda são uma barreira a ser transposta.

Existem 97 condições de saúde que afetam mais ou exclusivamente mulheres cisgêneros e pessoas com útero. Ou seja, toda ajuda é bem-vinda.

Por onde começar? Mulheres na tecnologia: conheça os principais desafios

Empreendedorismo feminino

Segundo o Crunchbase, o mercado das Femtechs não é como a diretoria da Mattel retratada no filme Barbie: majoritariamente formado por homens brancos. Pelo contrário, 80% dos fundadores de femtech são do sexo feminino.

Ou seja, as soluções oferecidas são pensadas por pessoas que passam exatamente pelos problemas do seu público-alvo. Não à toa, as brasileiras são 75% mais propensas a usar ferramentas digitais para se cuidar.  

Se você já pensou em empreender após a faculdade de Medicina, aí estão vários motivos para não deixar esta chama apagar. Sua formação como médica trará conhecimento e muita credibilidade para sua empresa.

Você pode encontrar uma sócia no próprio curso ou na faculdade de Farmácia, Psicologia e/ou Nutrição. Ah! Não se esqueça de procurar por uma parceira no prédio de Exatas, que estude Sistemas de Informação ou cursos afins.

No fim das contas, o primeiro passo é acreditar na sua boa ideia, mesmo quando outras pessoas a considerarem perda de tempo. E, claro, achar as pessoas certas com quem persistir.  

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