Cirurgia bariátrica: quais são os tipos e para quem é indicada
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A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução do estômago, é indicada para o tratamento da obesidade grave quando outras estratégias não funcionam. Neste artigo, você vai descobrir como ela surgiu, quais são os principais tipos, quem pode realizá-la e como é o pós-operatório.
A obesidade é um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com excesso de peso. No Brasil, o cenário também preocupa: mais de 20% da população adulta já está dentro dessa faixa.
E sabe o que é pior? As consequências vão muito além da estética. O excesso de peso está intimamente ligado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, apneia do sono e até alguns tipos de câncer.
Por isso, o tratamento da obesidade requer acompanhamento médico e, em casos específicos, pode envolver procedimentos cirúrgicos. E é aqui que entra a cirurgia bariátrica, um dos tratamentos recomendados para perda de peso em pacientes com obesidade grave. Continue para saber mais sobre o assunto!
Qual é o panorama da cirurgia bariátrica no Brasil e no mundo?
A primeira cirurgia de redução do estômago foi realizada na década de 1950, nos Estados Unidos. No entanto, naquela época, a técnica não era das melhores. Felizmente, os métodos se aperfeiçoaram ao longo dos anos, fazendo com que a cirurgia seja considerada hoje um tratamento muito importante para a obesidade.
No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), são realizadas cerca de 80 mil cirurgias bariátricas por ano, colocando o país entre os que mais realizam o procedimento no mundo.
O crescimento é resultado tanto do aumento dos índices de obesidade quanto da melhoria nas técnicas cirúrgicas e no acompanhamento multidisciplinar, que envolve médicos, nutricionistas e psicólogos.
Ou seja, mais pessoas estão precisando da cirurgia mas, felizmente, ela evoluiu consideravelmente nos últimos anos.
O que é cirurgia bariátrica?
A cirurgia bariátrica altera o sistema digestivo com o objetivo de reduzir a ingestão e/ou a absorção de alimentos. A técnica atua de duas formas principais:
- restritiva, reduzindo o tamanho do estômago e, consequentemente, a quantidade de comida ingerida; e,
- disabsortiva, diminuindo a absorção de calorias e nutrientes ao alterar o trajeto do intestino.
Os resultados costumam ser bem interessantes e incluem uma redução considerável de peso. Como consequência, temos também a melhora de doenças metabólicas e ganho de qualidade de vida.
Porém, assim como todo procedimento cirúrgico, ela oferece riscos e só pode ser realizada após uma avaliação individualizada completa do paciente. Os pacientes também precisam de acompanhamento médico posterior, em razão das deficiências vitamínicas que ela pode causar.


Quais são os tipos de cirurgia bariátrica?
Assim como acontece em outros tipos de operação, existem diferentes técnicas de cirurgia de redução do estômago, cada uma com suas indicações específicas. As mais realizadas atualmente estão descritas a seguir. Confira!
Bypass gástrico (Roux-en-Y)
É uma das técnicas mais tradicionais e eficazes. Consiste em reduzir o estômago a um pequeno reservatório e ligar essa parte diretamente ao intestino delgado, desviando uma porção do trato digestivo.
As maiores vantagens são a grande perda de peso e a melhora rápida do diabetes e do colesterol. No entanto, o procedimento aumenta o risco de deficiência de vitaminas e minerais, exigindo suplementação contínua.
Gastrectomia vertical (Sleeve gástrico)
Aqui, o médico remove cerca de 80% do estômago, formando um tubo estreito. O paciente sente saciedade mais rápido e produz menos grelina, o hormônio da fome.
A vantagem é que essa é uma técnica menos complexa e, portanto, tem um tempo cirúrgico reduzido e uma perda de peso mais consistente. Apesar disso, pode causar refluxo em alguns pacientes.
Derivação biliopancreática
Combina restrição e disabsorção, promovendo perda de peso acentuada. É uma técnica mais invasiva, indicada para casos graves e quando outras abordagens falharam.
A derivação biliopancreática tem um excelente resultado para obesidade severa, mas também está acompanhada de um maior risco de carências nutricionais e complicações digestivas.
Banda gástrica ajustável
Menos utilizada atualmente, consiste na colocação de um anel de silicone que reduz o tamanho do estômago. É um procedimento reversível e menos invasivo, mas também tem resultados variáveis e risco de deslizamento da banda.
Para quem a cirurgia bariátrica é indicada?
Ao contrário do que pode parecer, a cirurgia não é indicada para qualquer pessoa com sobrepeso. Ela é recomendada quando outros métodos de emagrecimento falharam e o paciente apresenta índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a:
- 40 kg/m² (obesidade grau III); e,
- 35 kg/m², quando há comorbidades associadas, como diabetes, hipertensão ou apneia do sono.
Além disso, é necessário:
- ter histórico de tentativas de emagrecimento sem sucesso;
- passar por avaliação psicológica e nutricional;
- contar com acompanhamento médico antes e depois da cirurgia.
É fundamental entender que a bariátrica não é um atalho para emagrecer, mas uma solução que exige comprometimento e mudança de hábitos. Afinal, é uma cirurgia bem grande com um pós-operatório que pode ser desafiador.
Como é o pós-operatório da cirurgia bariátrica?
E já que estamos falando disso, é importante entender que o período pós-operatório é essencial para o sucesso da cirurgia. E, na cirurgia bariátrica, ele faz toda a diferença.
A recuperação geralmente é rápida, com alta hospitalar em poucos dias. No entanto, a cirurgia requer alguns cuidados rigorosos a médio e longo prazo. A principal delas está relacionada a dieta que deve ser progressiva:
- líquida, nas primeiras semanas;
- pastosa, por cerca de um mês;
- sólida, gradualmente, conforme a adaptação.
Também é indispensável o acompanhamento com nutricionista para garantir a reposição de vitaminas e minerais, além do suporte psicológico para lidar com as mudanças alimentares e emocionais. E, claro, com o que será visto (ou não) no espelho nos próximos meses.
Algumas pessoas acham que a diferença na balança e no visual é quase instantânea, mas não é bem assim. Na verdade, ela pode demorar alguns meses para aparecer, especialmente em quem tem uma obesidade muito acentuada.
Em paralelo, é importante manter consultas regulares com o médico e adotar hábitos saudáveis. Após a cirurgia, alguns pacientes podem apresentar queda de cabelo, tontura e fraqueza, que costumam se estabilizar com o tempo e suplementação adequada.
Como são os resultados e como acontece a manutenção do peso?
A perda de peso ocorre principalmente nos primeiros 12 meses e pode variar de 40% a 70% do excesso corporal. Além disso, a cirurgia melhora significativamente doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia.
Para evitar o ganho de peso, é necessário manter o acompanhamento multidisciplinar e adotar um estilo de vida equilibrado. A alimentação saudável, a prática de exercícios e o controle emocional são mais do que importantes para o controle da obesidade e do sobrepeso.
FAQ — Perguntas frequentes sobre cirurgia bariátrica
1. A cirurgia bariátrica é definitiva?
Não. Ela é uma ferramenta para o controle do peso, mas o sucesso depende da manutenção de hábitos saudáveis.
2. Qual é a idade mínima para realizar a cirurgia?
A partir dos 16 anos, com avaliação médica e autorização judicial, em casos graves.
3. Quem faz a cirurgia pode voltar a engordar?
Sim, se não houver acompanhamento nutricional e psicológico adequado.
4. Quanto tempo leva para voltar às atividades normais?
Em média, de 15 a 30 dias, dependendo do tipo de cirurgia e da recuperação individual.
5. A cirurgia bariátrica cura o diabetes tipo 2?
Em muitos casos, há remissão completa da doença, especialmente quando o diagnóstico é recente.
A cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz para obesidade grave, quando realizada com indicação médica e acompanhamento adequado. Mais do que um procedimento cirúrgico, ela representa um recomeço e uma oportunidade de reconquistar saúde e qualidade de vida!
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