Blog

Carreira e Mercado

Burnout: o que a Medicina já sabe sobre o assunto?

Você ainda não sabe o que é o Burnout? Vem com a gente descobrir tudo sobre este distúrbio emocional e o que a Medicina já sabe sobre o assunto!

5

minutos de leitura

22/9/2022

Atualmente, muito tem se falado sobre a Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional. Isso se deve ao fato de que, durante a pandemia, uma enxurrada de gente passou a trabalhar muito mais horas devido ao home office e à necessidade do isolamento social. Sem falar dos médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde que estiveram na linha de frente no combate à Covid-19.

Você ainda não sabe o que é o Burnout? Vem com a gente descobrir tudo sobre este distúrbio emocional e o que a Medicina já sabe sobre o assunto!

Burnout: uma doença ocupacional

Desde que foi descoberta e nomeada como doença pelo psicólogo norte-americano Herbert Freudenberger em 1970, o Burnout está associado a situações de estresse excessivo no trabalho e a altos ideais profissionais. A diferença é que antigamente acreditava-se que tais sintomas eram limitados a médicos e enfermeiros.

Hoje sabemos que o Burnout é uma enfermidade que pode acometer qualquer trabalhador, independentemente de hierarquia, diploma, renda ou área específica de atuação. Do estagiário ao CEO, todos estão sujeitos a sofrerem as consequências do desequilíbrio entre vida e carreira.   

Apesar de ser um problema alarmante, apenas em 2022 a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID). Sua definição oficial é: estresse crônico que não foi administrado da forma correta logo em seu início.

“Ah, mas eu sinto estresse em outras situações da vida, na escola e em casa.” Com certeza, todos nós sentimos. Esses problemas, no entanto, não são considerados Burnout, podendo receber outras nomenclaturas. Isso porque o Burnout em si é uma doença ocupacional, ou seja, está vinculada ao ambiente de trabalho.

Para efeito de comparação, bullying é o nome que entidades do mundo inteiro adotaram para definir casos de violência física e/ou psicológica ocorridos única e exclusivamente em escolas, embora isso aconteça em qualquer lugar. Faz sentido, certo?

Pode ser do seu interesse: Descubra se Medicina do Trabalho é a carreira para você

Sintomas e sinais do Burnout

Agora que você já sabe o que é a Síndrome de Burnout, está na hora de conhecer os sintomas desta doença - que não é nada silenciosa. Alguns dos sinais que devemos ficar atentos são:

  • Fadiga;
  • Insônia;
  • Tristeza;
  • Raiva ou irritabilidade;
  • Uso indevido de álcool;
  • Pressão alta;
  • Imunidade baixa.

A desmotivação com o trabalho também é um fator de alerta. Muitos profissionais têm abandonado suas carreiras ou aderido à tendência do quiet quitting, também conhecido por “demissão silenciosa” – quando o funcionário cumpre apenas o que foi estabelecido no contrato.

Leia também: Como equilibrar o sono com os estudos?

Causas da Síndrome de Burnout

Como é de se esperar, a principal causa de Burnout é o excesso de trabalho, que acaba por consumir momentos da vida das pessoas em que elas poderiam estar praticando o autocuidado. Mas existem outras causas que às vezes são minimizadas:

  • Baixa remuneração;
  • Prazos curtos;
  • Metas irrealistas;
  • Falta de autonomia;
  • Falta de organização e planejamento;
  • Lideranças abusivas;
  • Pausas para descanso escassas;
  • Poucas oportunidades de crescimento.

Além disso, já foi constatado que longos períodos diante de telas é um fator agravante para a doença, o que é uma questão difícil de contornar. A maior parte das empresas depende da comunicação por e-mail, WhatsApp e/ou videochamadas.

Diagnóstico

Depois de identificar que está trabalhando sob as condições que listamos acima ou se  perceber que está sofrendo com algum dos sintomas, deve-se procurar um psicólogo ou um psiquiatra para que o diagnóstico seja feito. O grande X desta enfermidade é que muitas pessoas acostumaram-se a um ritmo de trabalho nocivo que acreditam ser o natural da vida.

Ou seja, a maior parte dos trabalhadores somente procura ajuda especializada quando estão passando o pior do Burnout, que pode desencadear quadros de depressão profunda. Isso vem de uma cultura “workaholic”, comum à Geração Y, e dormir enquanto os outros trabalham deve ser considerada uma bandeira vermelha.

Distúrbios gastrointestinais também são consequências do não tratamento precoce da enfermidade. Em ambos os casos, a internação do paciente às vezes será o único caminho para que avaliações mais detalhadas sejam feitas e se encontre a intervenção médica ideal.

Junto à expertise no funcionamento do cérebro humano que psicólogos e psiquiatras têm, há também determinados testes que podem ser utilizados para “detectar” o Burnout. Três deles são: o Maslach Burnout Inventory (MBI), a Job Diagnostic Scale (JDS) e a Ultrecht Work Engagement Scale (UWES).

Confira: Entenda como é a especialização em Psiquiatria

Tratamento

Visto que a doença pode progredir, ela apresenta diferentes níveis que, por sua vez, demandam tratamentos distintos. A psicoterapia é a base para todos os pacientes, mas os casos mais acentuados podem exigir o uso de medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos.

Da mesma forma, o tempo de tratamento também pode variar, levando de um a três meses nos casos leves. São recomendados paralelamente mudanças de estilo de vida, afinal, o mais importante para sua recuperação é afastar-se da fonte de Burnout.

Atividades físicas regulares, programas de meditação e o contato social com amigos e familiares, por serem formas de autocuidado, encontram-se entre as sugestões médicas para reequilibrar o paciente. Tudo isso ajuda a controlar e/ou diminuir os sintomas da doença, como insônia e cansaço.

Felizmente, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS) conta com estrutura e profissionais aptos para atender casos de Burnout. Nestes centros, desde as consultas para diagnóstico até o tratamento medicamentoso são oferecidos gratuitamente.

Prevenção

Graças à inclusão do Burnout na CID, hoje há mais alternativas para quem trabalha em ambientes tóxicos. A classificação é utilizada para recomendação de licença e atestados médicos que podem ser fundamentais para a melhora do quadro do paciente.

De acordo com o Ministério da Saúde, o ideal para prevenir o desenvolvimento da síndrome é evitar situações de estresse e de pressão no trabalho. Entre outras boas atitudes estão:

  • Estipular objetivos concretos de vida e carreira;
  • Encontrar tempo para o ócio criativo;
  • Evitar o contato com pessoas "negativas", especialmente aquelas que reclamam do trabalho e/ou dos outros;
  • Conversar com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco, pois tratam-se de drogas psicoativas;
  • Conhecer os seus limites;
  • Aprenda a gerenciar melhor o tempo;
  • Delegar funções no ambiente corporativo;
  • Fazer pequenas pausas no trabalho para descansar, respirar, tomar um café, rir e alongar;
  • Dormir bem. 

Se você se identificou com esta causa e quer ajudar os trabalhadores brasileiros a cuidarem melhor da saúde, baixe agora o nosso Manual da Carreira Médica. Com este material em mãos, você estará preparado para as etapas após sua graduação em Medicina!

Em breve você receberá uma confirmação da assinatura da nossa newsletter por e-mail!
Oops! Algo deu errado, tente novamente.
Sem spam. Cancele a inscrição a qualquer momento.

Leia mais